quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Soco nas ventas

Em tempo de Óscars, o Desordem vem a público obrigar, e a palavra é mesmo esta, os seus queridos leitores a assistir a um dos melhores filmes paridos pelo cinema Norte-Americano na última década. Quem diz da última, diz da penúltima também. É um filme que contraria aqueles que gostam de se armar ao pingarelho ao anunciar imbecilmente, a tudo e a todos, que o cinema deixou de existir a partir da década de 70. Clint Eastwood, no seu mais recente filme, Million Dollar Baby, confirma precisamente o contrário, um pouco à semelhança do que já tinha acontecido na sua anterior obra, Mystic River, também ela detentora duma magistralidade inigualável quando comparada com o que se faz hoje em dia na sétima arte.
Não é de bom tom falar sobre a história. Nem convém. A experiência reside em vê-lo sem saber o que dele esperar. Million Dollar Baby é um soco bem mandado no estômago do espectador. Daqueles socos que até a respiração pára. A beleza e o dramatismo que o realizador transpira na câmara é tão grande que, durante as duas horas e meia da projecção, não se ouviu um simples pio. O que é raro tendo em conta o que se passa nas salas de cinema portuguesa, que parecem mais recreios de porcos do que entretenimento de gente civilizada. Mesmo no fim, quando os créditos passavam, ninguém se conseguiu mexer. Não havia força suficiente para sobreviver à pujança daquelas personagens e daquelas vidas. Foi num silêncio arrebatador que o senhor dos bilhetes encontrou a sala a olhar para a tela já sem imagens...
“Os senhores importam-se de sair, é que daqui a dez minutos começa a próxima sessão.”
Pois que comece, porque dali ninguém saiu.

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Sócrates e a filosofia Platónica.

Foi com um elevado prazer que a redacção do Desordem se juntou e assistiu ao rescaldo das eleições. Ficamos contentes por Jerónimo de Sousa ter conseguido melhorar da gripe que lhe atacou as cordas vocais. De facto, como o nosso Blog deu conta na devida altura, o seu silêncio no debate com os outros candidatos acabou por se revelar importante para os resultados do PCP. Na verdade, esta situação vem confirmar que, a única coisa que o PCP precisa para ter bons resultados, é dum candidato que não abra a boca. A velha ideologia comunista vale por si só.
Ficamos muito desiludidos, no entanto, com a demissão de Paulo Portas. Claro que para o país e para a democracia portuguesa é uma vitória, mas é com alguma mágoa que o deixamos ir. Era a pessoa que mais nos ajudava aqui na redacção. Sempre pronto a sacrificar-se pelo bem do Desordem. Para quem mexe com notícias, dá sempre jeito ter alguém que se preste à parvoíce. Os leitores, nestes casos, aumentam que é uma coisa louca.
O mesmo acontece com Santana Lopes que, apesar de não se ter demitido, deve-o fazer muito em breve. Também nesta situação ganha Portugal, perde o humor português. Havia sempre uma gaffe, uma piada, qualquer coisa que fazia da sua figura ridícula uma alarvidade de humor. Aqui, no Desordem, vamos sentir falta deles. A sério! Seja como for, gostámos muito de ver a despedida de Paulo Portas. Choramos muito todos. Dava a impressão de ser uma cena retirada duma telenovela mexicana dos anos 90, mas, ao contrário do habitual, estava bem dobrada.
Mas o que nos ficou verdadeiramente na retina, foi o épico esforço levado a cabo por jornalistas, fotógrafos e câmaras. Estes homens e estas mulheres não param um segundo, ora entrevistam este, ora aquele, ora sobem escadas, era descem, enfim uma azáfama que muito nos deliciou. O que mais gostámos foram as partes em que os jornalistas tentavam, a todo o custo, entrevistar os presidentes dos partidos. Eles lutavam, agrediam-se, empurravam, apalpavam, beliscavam, sei lá o que faziam para conseguir meia dúzia de palavras sem qualquer relevância. Enquanto se enfiavam naquele emaranhado de fios e gente iam comentando para os espectadores a sua experiência: “Estou a tentar falar com Santana Lopes, mas está a ser difícil, estou a ser espezinhado, empurrado, esmagado por toda esta gente que aqui está. Assim torna-se difícil trabalhar. Agora pisaram-me o pé, raios partam, e apalparam-me o rabo.” Depois quando chega perto do Presidente do PSD e lhe pergunta: “Vai-se demitir?” Santana Lopes diz apenas que não faz mais comentários.
Houve um jornalista da SIC que, depois duma correria infernal destas, entrou em directo na emissão dando ares que tinha corrido a maratona: “Santana Lopes saiu sem dizer mais nada (arfa) esperemos que dentro em breve tenhamos mais notícias referentes a uma (arfa) possível saída do actual líder do partido social (arfa) democrata. Foi muito difícil conseguir este bocadinho (arfa).”
Um bocado à semelhança dos jogos de futebol. Quando as equipas portuguesas conseguem uma vitória histórica, as televisões nacionais tocam logo de mandar uma moça de corpo bem delineado para o meio do povo masculino, totalmente alcoolizado e suado. Tá-se mesmo a ver o que acontece. Apalpão para cá, apalpão para lá e um roça roça colectivo de elevada qualidade. Por isso é que cada vez que a câmara filma os adeptos, está tudo aos gritos. Pudera!
Mais uma vez utilizou-se a mota como método de persuasão para arranjar uma entrevista exclusiva. Aqui no Desordem, os redactores fizeram algumas apostas na esperança de ficarem ricos e eu, como é já habitual nos jogos de azar perdi. Tivera apostado na queda da mota, mas afinal, o motociclista era jeitoso e lá se aguentou.”
Uma coisa parece certa, temos governo novo e numa entrevista exclusiva dada ao nosso cronista Paulo Rinhonha, Sócrates afirmou que a primeira acção, enquanto Primeiro Ministro, era o de alargar a via do Infante.
Ficaremos pois à espera.

sábado, fevereiro 19, 2005

Crónica do Diabo II

Voltei de mais uma série infindável de exames. Voltei com o coração nas mãos porque houve para lá muita porcaria que escrevi e que só pode ser o resultado duma mente perturbada e sem qualquer espécie de inteligência que se quis vingar do corpo que ocupa. É a consequência provável de me ter cruzado acidentalmente com o Paulo Portas num dia recente em que estive a comprar peixe para o almoço. Vou hoje ao psiquiatra ver como é que posso recuperar, se é que há cura para este infortúnio. O mesmo aconteceu com o Jerónimo de Sousa, mas este teve mais sorte, ficou apenas sem pio, o que até o favoreceu nas sondagens.
Deixo-vos a tão aguardada crónica de Paulo Rinhonha, escrita segundos depois de saber que iria ser despedido. É um documento importante porque revela a agonia que os trabalhadores sentem quando rumores de dispensa, começam a andar no ar. O nosso cronista pode sempre contar connosco para o ajudar. Tem aqui um espaço para ele e ninguém o vai despedir por isso.
Por isso, que venha de lá um sorriso para a fotografia!!

Previsões para 2005

De forma a iniciar o ano com força para enfrentar os novos desafios que o ano novo nos apresentará, pedimos a alguns colaboradores para nos dizerem quais as perspectivas que têm, tanto pessoalmente como inseridos na nossa empresa, para o ano que se iniciou. Se, ao terminar esta pequena amostra de opiniões, considerei não publicar o resultado, ontem ao fim do dia mudei de atitude ao ser informado da minha dispensa por parte da empresa. A partir da próxima semana a responsabilidade pela comunicação interna fica a cargo do Sr. Cajó. Esperemos que com essas novas funções o Sr. Cajó se esforce por escrever sem erros e sem borrar as páginas com cinza de cigarro.

“Este ano vou continuar a receber o meu e a borrifar-me para isto tudo!”
Dr. Sousa - Director Comercial

“Vou ver se consigo safar o traseiro que há pessoal a levar guia de marcha! Possivelmente vai ser ele a safar-me. Também não sou assim tão de deitar fora de frente. O meu colega de gabinete dá-se bem com a direcção. É um lambe botas é o que nos vale! “
Zezinha - Dptº Facturação

“Não sei bem, tenho tado de baixa médica e se calhar pra semana vou outra vez ao psiquiatra porque continuo cheio de stress. Ainda bem que o Sousa é um porreiro e nos leva a descomprimir ao Champanhe. Se não fosse isso não sei se aguentávamos esta falta de clientes. Os que tínhamos, tão a ir pra concorrência e não se arranjam novos. Alguém devia fazer alguma coisa acerca disso.”
Meireles - Vendedor

“O que me safa é que a minha mãe é amiga da Administradora, senão tava bem fo... arranjado!”
Cajó - Assistente Marketing

“Pá, eramos dois agora tou eu sozinho a fazer o trabalho de dois e já tou a ficar farto até aos caracóis. Ando a ver se consigo que o meu tio me meta a trabalhar na Câmara na Limpeza quem horas e benefícios ganhava o triplo do que faço aqui e não me chateava!”
Mané - Estafeta

Estamos a trabalhar bem. Temos feito cortes importantes nos custos de pessoal e embora a actividade comercial esteja uma desgraça, tamos a prever boas perspectivas para o fim do ano. Estamos a apostar na qualidade e não na quantidade. Tenho confiança na minha equipa e junto continuaremos a melhorar!”
Dra.Dina - Directora Financeira

“Isto vai de mal a pior. Mandam embora aquelas pessoas que até tinham alguma cabeça e faziam bem o trabalho e deixam os afilhados que já não faziam ponta de um corno porque têm o rabo quente. E como me parece que vou ser a próxima vou-lhe dizer algumas verdades. A directora nunca chega antes das 11, quando vem de manhã, passa o dia ao telefone com as amigas e na sala de café com os sobrinhos e o primo que cá pôs. Não sabe fazer uma soma sem máquina, quando mais uma percentagem. Andei a estudar pra ser posta na rua por uma incompetente e ser substituída pela sua família iletrada. F---!”
Dra. Anabela - Administrativa

“Cada vez mais é preciso encarar as coisas de forma optimista. Conto com o subsidio de desemprego para dar de comer aos putos. O meu homem está em casa já vai pra oito meses e não se queixa muito a não ser do copo três tar pela hora da morte!”
Dª. Lidia - Técnica de limpeza

“Pró c--- , tou nesta m--- de empresa à dois anos e mandam-me embora com dois salários? Bem os podem meter no c- não vá fazer falta pra pagar o prémio dos administradores! Faz quatro meses que não recebemos prémio de produtividade porque a coisa tá má, mas os directores levaram um bom bónus no fim do ano! Pró c---! “
Teodoro - Gestor intermédio

“Pá, a coisa tá dificil pra todos. Tamos a ver se restruturamos a casa pra ultrapassar a crise. Pra dizer a verdade temos mas é todos de contribuir pro bem da empresa. Podem contar comigo pra isso q’é pra isso q’eu cá tou. Pá, se e um gajo for bom profissional não tem nada de se preocupar. Pá, quem não engole cospe fora!”
Dr. Leandro - Director Recursos Humanos

“Vou esperar com toda a calma a carta de rescisão e depois vou prós copos!”
Serginho - Dptº Recursos Humanos

“Olhe, pra já lhe digo que já nem me preocupo com nada. É uma raiva calma, tá a ver. Isto depois de dia 20 de Fevereiro vai-se resolver. Tamos no lodo mas ainda falta destapar o ralo e então vai o país pro esgoto e nós com ele. Ainda há muito pros graúdos chuparem e quando se espera pior não há cá desilusões!”
Sr. Semedo - Porteiro


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quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Bófia a bordo

Tenho sido surpreendido ultimamente com o exagerado civismo dos portugueses que, verdade seja dita, me tem enchido de orgulho cada vez que falo ou passeio com os meus amigos estrangeiros por este país. Existem certas particularidades que só visto.
É verdade que, apesar de ter carta de condução, nunca me pus ao volante mais de 5 minutos e portanto, não sou a pessoa ideal para estar aqui a cagar postas de pescada, mas sinceramente, nunca na minha vida me lembraria de tal coisa. Pronto, eu admito, a primeira vez que chumbei no exame de condução ia batendo num carro que se atravessou à minha frente sem avisar, ia também atropelando uma senhora na passadeira, passei um sinal vermelho sem querer e fiz uma subida em terceira. Eu bem que notei que o carro estava vagaroso, mas pensei, bem com tanta gente a ser ensinada nele é perfeitamente natural que o carro estivesse com problemas. Na altura achei por bem armar-me em esperto e duma forma eloquente, dar a entender ao inspector a minha sabedoria: “ Olhe que esta viatura pode estar com problemas mecânicos. Não está a ouvir o som?” O raio do homem a seguir, parecia um louco, e disse-me tantas que nem vale a pena fazer referência a isso neste espaço que primou sempre pela castidade.
Uma coisa parece certa, para quem anda nas estradas em Portugal, o pessoal morre como o caraças e toda a gente se queixa da falta de civismo dos condutores. Ou porque aceleram feitos parvos, ou porque ultrapassam em curvas de visibilidade escassa ou porque bebem feitos camelos ou por isto ou por aquilo. Sejam quais forem as razões, é mais perigoso andar de carro aqui do que pegar numa metralhadora e ir para o Iraque fazer tiro ao alvo aos maricas dos muçulmanos. E não me venham com histórias de racismo, porque homens que tapam as mulheres e estão sempre com o rabo virado para Alá, não são bons chefes de família, digam lá o que disserem.
Isto tudo a propósito dum mail que recebi onde são avisados todos os condutores das estratégias utilizadas pela Brigada de Trânsito para apanhar os infractores, bem como os carros em que se passeiam nas auto estradas.
Assim são avisados os condutores que agora nem sequer mandam parar. Filmam a coisa e passado um tempo os aceleras levam com a multa em casa.
O Desordem evidentemente não vai divulgar quais são os carros, até porque achamos que os infractores devem ser punidos exemplarmente, mas seja como for, e só para abrir o apetite, os carros da brigada têm um autocolante de bebé a bordo. O que é mais interessante no mail é que quem o escreveu ainda pensa que toda a gente lhe deve agradecer a informação. Quer dizer, anda toda a gente a acusar toda a gente da morte das estradas, as autoridades, coitadas, lá tentam disfarçar as coisas para apanhar os possíveis homicidas e agora um tipo arma-se em herói e espalha a confidencial informação que os carros da brigada têm autocolantes de bebé a bordo. É que o homem é bem capaz de provocar a paranóia colectiva. Em vez de se olhar para a estrada olha-se para os autocolantes dos carros.
Faz-me lembrar uma visita a Lisboa que fiz com pessoal que não é de cá. Ficaram muito admirados dos carros que vinham em sentido contrário fazerem sinais de luzes. Perguntaram o que aquilo significava: “Isso é para avisar que a polícia está a controlar a velocidade.” Claro que a pessoa ficou a olhar para mim feita parva. Lá me desculpei:
“É que nós portugueses, temos um sentido de comunidade muito forte e que é difícil explicar a quem não é de cá.”

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Crónica do Diabo

Como já deviam ter reparado, este cantinho tem estado como o governo, em auto-gestão. Como gostamos de imitar os bons exemplos, resolvemos fazer uma quantidade absurda de nomeações dentro do Blog. Vamos começar a contar, a partir de hoje e sempre que se justificar, com o cronista Paulo Rinhonha para, sempre que o entender, dizer o que lhe der na gana. Nós não nos importamos, a sério, já é bom haver uma pessoa que leia isto, quanto mais duas a escrever.
Seja como for, avisamos já que a crónica foi escrita segundos depois do cronista ter assistido a um comício do PSD e de ter, por terrível azar, levado no olho com um miasma do Secretário Geral do partido. Além de ter ficado dois dias de cama sem se mexer com a maldita gripe que lhe atacou os ossos, ainda escreveu esta porcaria.

A veracidade da coisa…

Se é verdade que o mundo vai mal, pior vai a qualidade dos artigos e-pendurados pela personagem suspeita que dá pelo nome de Hugo. Para além de se desconfiar que este senhor não passa de um arrivista da pior espécie, surgem já várias vozes informadas a ventilar que o suposto "Hugo" não passa de um pseudónimo por detrás do qual se esconde um foragido bem conhecido na praça e que terá, há mais de vinte anos, fugido para a Venezuela, retornando para completar os seus sujos planos para enfernizar a vida das pessoas honestas, apenas por prazer pessoal e maldade intrinseca, adiante-se. Recentemente recebi uma estranha mensagem pedindo-me que encontrasse essa tal pessoa num café público, que este teria informações valiosas acerca deste devasso "Hugo". Não bastasse a evidente queda para a desinformação desenfreada, este diminuto e triste exemplo de existência mundana, preconiza um farol de mediocridade num mar já de si seco, onde já nem a sardinha admite viver, quanto mais ser pescada à rede.
Passando guardanapos de papel escrevinhado à pressa, porque não se permitia falar desconfiado que estava que todos os objectos à nossa volta fossem portadores de microfones ocultos, foi-me transmitindo algumas das gestas cabeludas com que este ente tinhoso alicerçou a sua perturbante vida.
Sorvendo aos poucos o seu abatanado escaldado, mordendo as unhas num fervor de pavor permanente, confiou em mim o seu legado, assim mesmo o disse, uma vez que se sabia perseguido pelos seus mente-programados servos que, num fervor religioso, o haviam de matar, acidentalmente.
Em 1996, mais ou menos, convenceu uma jovem adolescente de tranças a cortar as mesmas, violentamente, com uma tesoura que nem sequer estava convenientemente afiada, em conformidade com as boas práticas do amolar de bicicleta de rua, aconselhadas pela comissão europeia numa sua directiva, amplamente divulgada pelas entidades estatais e pela impressa mais atenta a estas questões.
Ainda nesse ano, mais ou menos, foi apanhado a falsificar um quadro de Miró, o que não era difícil, mas mesmo assim demonstra a falta de respeito que tem pelos artistas a sério.
Logo a seguir, começou a vender aspirinas como medicamento para emagrecer o que provocou, como se devem lembrar, um surto de pessoas obesas e sem problemas de coração, o que pesou de forma nunca vista nos custos de saúde do país, provocando o aumento das taxas moderadoras nos centros de saúde regionais e diminuição do número de camas disponíveis nos hospitais, camas necessárias que tiveram de ser vendidas à dúzia ao Brunei, em troca de barris de petróleo, que só quando cá chegaram é que se deu conta que vinham vazios.
Mais recentemente, foi visto a apanhar caricas à porta dos cafés e cervejarias de bairros populares para depois os cunhar com um martelo especial made in Singapura, fazendo-as passar por moedas de dois euros, isto numa fase em que a terceira idade e as suas desgraçadas reformas confundiam um euro com um escudo, o que lhe permitiu encomendar pás novas para o seu helicóptero, este já de si adquirido com as poupanças da família, que deixou na mais patética penúria, hoje a viver dos restos dos contentores da esquina.
Foi então que, praticamente do nada, apareceu o Baranita, um amigo funcionário público e tudo de longa data, que me contou acerca de uma intervenção da Policia Judiciária nos quarteirões vizinhos onde vivia. Imediatamente percebi, logo ali naquele instante, que não se podia tratar de uma mera coincidência…