terça-feira, agosto 24, 2004

Lesão não preocupa

A lesão contraída pelo ciclista António Andrade na prova de ciclismo de Malhada Sorda, afinal não é tão grave como à primeira vista o departamento médico dessa aldeia quis fazer crer. Dr. Cura, responsável máximo pela saúde da povoação, numa primeira análise, diagnostico-lhe uma lesão gravíssima nos gémeos e que, desse modo, teria de ficar fora das competições tanto tempo quanto o Mantorras. António Andrade temia que este fosse o ponto final da sua longa carreira, começando desde logo a estudar alguns manuais de xadrez para o que desse e viesse. A esposa, em entrevista exclusiva para a Focus, afirmou que o seu marido é um animal do desporto, e que se não fosse o ciclismo, seria outra coisa qualquer, “Parado é que ele não fica”.
A última prova de ciclismo em que participou, e onde estreou a sua nova bicicleta, desenvolvida por ele próprio, quedou-se por um retumbante fracasso. Um pontapé mal dado numa bola depois do almoço, foi o suficiente para que o maior ciclista de todos os tempos tivesse de desistir. No entanto, da parte dos seus grandes rivais, Kid Carcaça, chegou um comunicado onde se acusa António Andrade de simular a lesão para desviar a atenção da opinião pública dos mais recentes fracassos desportivos. O comunicado é bastante duro, salientando o facto do desportista não ter participado na volta à França, Volta a Portugal, Jogos Olímpicos e ter desistido da Volta à Malhada quando ocupava, imagine-se, a última posição.

Mas foi um massagista que conheceu em circunstâncias estranhas, que lhe terá valido e solucionado, com as próprias mãos, o problema dos gémeos. Uma massagem de uma hora, em local desconhecido, foi o suficiente para que Andrade tornasse a andar e a sonhar em voltar a montar a sua bicicleta. As palavras que o maior ciclista de todos os tempos disse, após a massagem foram: “São mãos de veludo. Louvadas sejam.”
O atleta neste momento encontra-se em casa, na companhia do seu filho e esposa, a recuperar da lesão. As melhoras são visíveis e poderemos vê-lo muito rapidamente numa qualquer prova de nomeada.
Sobre a recente medalha de prata, ganha por Sérgio Paulinho nos Jogos Olímpicos, teve um comentário algo crítico: “Não é mau, mas não nos podemos esquecer que a esperança era o ouro. Foi pena eu estar lesionado, porque seria natural Portugal ganhar duas de ouro, mas acho que o Paulinho me substituiu bem, embora não consiga entender porque não fez o sprint final…enfim, maçaricos.”