Sinergia
Poderão pensar os queridos leitores que ainda têm paciência para visitarem este canto: Mas que raio é que o gajo pensa que é para estar sempre a falar de cinema?
O que precipitou tal comportamento foi o facto de, enquanto comprava bilhetes para um filme num famoso centro comercial, deparei-me subitamente com a seguinte conversa, tida entre um par de namorados que não notou a minha presença pela retaguarda. Foi o teor das palavras que me deu animo para continuar a fazer a distinção entre o que é bom e o que aborrece no panorama cinematográfico nacional.
“O que é que vamos ver, amor?”
“Não sei, amor, que tal o Star Wars?”
“Amor, mas isso não foi o filme que o Desordem disse bem?”
“Sim, disse que era muito bom.”
“Então o melhor é não vermos.”
“Eu até gosto das críticas do editor.”
“Tás parva? Aquilo é alguma coisa? Aquilo não é nada. É uma palhaçada. Não sei como podes gostar daquela treta.”
“Até é giro. Acho piada, o que é que queres?”
“Queres dizer que achas mais piada aquele idiota do que a mim? É isso que me estás a dizer?”
“Não, amor. Só acho piada, mas tu és o meu amor, amor. Tás com ciúmes é?”
“Puf! Se eu alguma vez ia ter ciúmes daquele ignorante. Acho piada é vocês, mulheres perderem tempo com as tretas daquele palhaço. São mesmo parvas. Realmente...nem sei porque continuo esta conversa.”
“Tá bem, pronto. Escolhe lá o filme!”
“Então vamos ver o Adriana.”
“Mas isso não é português?”
Mal escolhido. Ora, o que este casal de namorados deveria ter feito, partindo do princípio que não iria ver o Star Wars, era optar pela nova comédia de Paul Weitz, “Uma boa companhia”. Decidindo pelo filme da Margarida Gil correu o sério risco de passar o dia em conflito e quem sabe se agora, neste preciso momento, não estará separado.
Para quem não conhece, Paul Weitz foi o responsável pelo sucesso de bilheteira e de crítica “A vida deste rapaz”, com Hugh Grant no principal papel. Sim, também fez o American Pie, mas vamos esquecer esse percalço, até porque o homem devia andar a precisar de dinheiro, de forma que lhe é desculpável a imbecilidade.
A história de “Uma boa companhia” é bastante actual e narra as contingências dos trabalhadores dos nossos dias neste novo mundo de comércio global onde as fusões e as disfusões de empresas tornam o mercado de trabalho tão inseguro que qualquer tipo, chegando aos 50 anos pode ser, sem dar por isso, substituído por um ignorante de 25 saído da universidade e que pouco mais sabe fazer na vida que não seja ser pató.
É uma comédia bastante inteligente, contada de forma calma, ao estilo britânico. É um filme dois em um, apela á inteligência e faz rir. Numa altura em que o tema globalização está tão em voga, faz bem pensar nele numa forma descontraída e irónica.
Além disso tudo, tem ainda o prato principal, a razão pela qual vale a pena gastar o 5 euros: A diva Scarlett Johansson que, aviso já, aparece de calções e a jogar ténis. Está tão linda no filme que tive de avisar a minha namorada para que de futuro não seja apanhada desprevenida:
“Tás a ver esta?”
“O que é que tem?”
“Põe-te a pau, só te digo isso, põe-te a pau...”
O que precipitou tal comportamento foi o facto de, enquanto comprava bilhetes para um filme num famoso centro comercial, deparei-me subitamente com a seguinte conversa, tida entre um par de namorados que não notou a minha presença pela retaguarda. Foi o teor das palavras que me deu animo para continuar a fazer a distinção entre o que é bom e o que aborrece no panorama cinematográfico nacional.
“O que é que vamos ver, amor?”
“Não sei, amor, que tal o Star Wars?”
“Amor, mas isso não foi o filme que o Desordem disse bem?”
“Sim, disse que era muito bom.”
“Então o melhor é não vermos.”
“Eu até gosto das críticas do editor.”
“Tás parva? Aquilo é alguma coisa? Aquilo não é nada. É uma palhaçada. Não sei como podes gostar daquela treta.”
“Até é giro. Acho piada, o que é que queres?”
“Queres dizer que achas mais piada aquele idiota do que a mim? É isso que me estás a dizer?”
“Não, amor. Só acho piada, mas tu és o meu amor, amor. Tás com ciúmes é?”
“Puf! Se eu alguma vez ia ter ciúmes daquele ignorante. Acho piada é vocês, mulheres perderem tempo com as tretas daquele palhaço. São mesmo parvas. Realmente...nem sei porque continuo esta conversa.”
“Tá bem, pronto. Escolhe lá o filme!”
“Então vamos ver o Adriana.”
“Mas isso não é português?”
Mal escolhido. Ora, o que este casal de namorados deveria ter feito, partindo do princípio que não iria ver o Star Wars, era optar pela nova comédia de Paul Weitz, “Uma boa companhia”. Decidindo pelo filme da Margarida Gil correu o sério risco de passar o dia em conflito e quem sabe se agora, neste preciso momento, não estará separado.
Para quem não conhece, Paul Weitz foi o responsável pelo sucesso de bilheteira e de crítica “A vida deste rapaz”, com Hugh Grant no principal papel. Sim, também fez o American Pie, mas vamos esquecer esse percalço, até porque o homem devia andar a precisar de dinheiro, de forma que lhe é desculpável a imbecilidade.
A história de “Uma boa companhia” é bastante actual e narra as contingências dos trabalhadores dos nossos dias neste novo mundo de comércio global onde as fusões e as disfusões de empresas tornam o mercado de trabalho tão inseguro que qualquer tipo, chegando aos 50 anos pode ser, sem dar por isso, substituído por um ignorante de 25 saído da universidade e que pouco mais sabe fazer na vida que não seja ser pató.
É uma comédia bastante inteligente, contada de forma calma, ao estilo britânico. É um filme dois em um, apela á inteligência e faz rir. Numa altura em que o tema globalização está tão em voga, faz bem pensar nele numa forma descontraída e irónica.
Além disso tudo, tem ainda o prato principal, a razão pela qual vale a pena gastar o 5 euros: A diva Scarlett Johansson que, aviso já, aparece de calções e a jogar ténis. Está tão linda no filme que tive de avisar a minha namorada para que de futuro não seja apanhada desprevenida:
“Tás a ver esta?”
“O que é que tem?”
“Põe-te a pau, só te digo isso, põe-te a pau...”
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