Calina do bom coração
Um dos dias desta viagem foi passado a namorar. Livrámo-nos do resto do maralhal e entregámo-nos à paixão. Tudo bem, bem sei que Barcelona não é Veneza nem Paris, não tem gôndolas nem a Torre Eiffel, mas tem Gaudi que, para os devidos efeitos, tem o mesmo poder afrodisíaco que os outros.
Por isso fomos os dois passear como um casal de velhos austríacos pelas zonas turísticas da capital catalã. Vimos as Ramblas, vimos o Palácio da Música, o Parque da Cidade, a Praça Real e claro o Jardim de Gaudi.
A minha namorada tem uma pancada mais ou menos imperceptível com as fotografias. Eu tinha começado a testar as potencialidades da fotografia digital e facilmente captei alguns momentos dignos de qualquer World Press Photo. Tenho de agradecer ao meu sogro que teve a amabilidade de me emprestar a sua Olympus 3.2 que apesar de velha conserva a qualidade original. E ai de mim que aparecesse com algum defeito na máquina:
“Tu vê lá o que me fazes ao aparelho! Tens a certeza que sabes funcionar com isto? Tu vê lá!”
Mas a minha querida e adorada namorada não tinha uma opinião muito benevolente em rlação à minha veia artística.
“Não temos nenhuma fotografia juntos.”
Ainda tentei explicar que essas fotos de pares de namorados a posar para objectiva podem acabar com uma relação.
“Temos de pedir a um turista para nos tirar uma fotografia.”
Então que se peça o favor a um dos japoneses que por lá vagueava que, para o bem e para o mal, são os melhores no que toca a captar a essência familiar em terras estranhas.
E foi por isso que mendigamos por ajuda ao primeiro espécime de olho em bico que encontrámos.
“Could you please…”
Mas não era Japonês, era do quirguistão, ou que raio era o nome do país de origem. Sei que ficava perto da China e que agora vivia à sombra da liberdade depois de se livrar do comunismo.
O jovem por nós catado era filho da D. Calina, uma senhora simpática que gostava muito de toda a gente e parecia uma criança a fazer amigos. Apesar da dificuldade na comunicação, D. Calina conseguiu explicar, a muito custo, que estava de férias e estava a visitar a Europa. Tinha chegado de Cannes, onde havia o festival, e que agora ficava uns dias em Barcelona para depois voltar ao quirguistão ou que raio é o nome do país de origem. Seja como for estava a gostar muito e que não conhecia Lisboa, mas já tivera ouvido falar, em outras felizes ocasiões, que era um sítio muito bonito e que quando tivesse algum dinheirinho, talvez viesse fazer uma visita aqui ao burgo.
D. Calina é a coisa mais doce que se pode encontrar num sítio estranho. Quis logo ser a nossa melhor amiga e pediu-nos, assim sem mais nem menos, o nosso mail para nos enviar fotografias do país e de tudo o mais que achasse interessante. Deu-nos o mail dela e que ia esperar nossas notícias. D. Calina, tenho a certeza, achava-se a pessoa mais feliz do mundo, porque o mundo para ela é feito de momentos de amizade. Mas também nada paga o sorriso daquela mulher e a forma simpática que nos tratou sem nos conhecer de lado nenhum.
Por isso quando o filho se preparava para nos fotografar, a D. Calina chegou-se num ápice para perto de nós. Dessa forma esta foi a única fotografias em que ficámos os dois juntos. Isso era o plano. Na verdade fiquei eu, a namorada e a D. Calina que no seu país faz implantes capilares.
Um beijo para si D. Calina e quando vier a Lisboa cá estaremos para a receber como merece. Porque somos amigos, mesmo que não entendamos a maior parte das coisas que diz.
Por isso fomos os dois passear como um casal de velhos austríacos pelas zonas turísticas da capital catalã. Vimos as Ramblas, vimos o Palácio da Música, o Parque da Cidade, a Praça Real e claro o Jardim de Gaudi.
A minha namorada tem uma pancada mais ou menos imperceptível com as fotografias. Eu tinha começado a testar as potencialidades da fotografia digital e facilmente captei alguns momentos dignos de qualquer World Press Photo. Tenho de agradecer ao meu sogro que teve a amabilidade de me emprestar a sua Olympus 3.2 que apesar de velha conserva a qualidade original. E ai de mim que aparecesse com algum defeito na máquina:
“Tu vê lá o que me fazes ao aparelho! Tens a certeza que sabes funcionar com isto? Tu vê lá!”
Mas a minha querida e adorada namorada não tinha uma opinião muito benevolente em rlação à minha veia artística.
“Não temos nenhuma fotografia juntos.”
Ainda tentei explicar que essas fotos de pares de namorados a posar para objectiva podem acabar com uma relação.
“Temos de pedir a um turista para nos tirar uma fotografia.”
Então que se peça o favor a um dos japoneses que por lá vagueava que, para o bem e para o mal, são os melhores no que toca a captar a essência familiar em terras estranhas.
E foi por isso que mendigamos por ajuda ao primeiro espécime de olho em bico que encontrámos.
“Could you please…”
Mas não era Japonês, era do quirguistão, ou que raio era o nome do país de origem. Sei que ficava perto da China e que agora vivia à sombra da liberdade depois de se livrar do comunismo.
O jovem por nós catado era filho da D. Calina, uma senhora simpática que gostava muito de toda a gente e parecia uma criança a fazer amigos. Apesar da dificuldade na comunicação, D. Calina conseguiu explicar, a muito custo, que estava de férias e estava a visitar a Europa. Tinha chegado de Cannes, onde havia o festival, e que agora ficava uns dias em Barcelona para depois voltar ao quirguistão ou que raio é o nome do país de origem. Seja como for estava a gostar muito e que não conhecia Lisboa, mas já tivera ouvido falar, em outras felizes ocasiões, que era um sítio muito bonito e que quando tivesse algum dinheirinho, talvez viesse fazer uma visita aqui ao burgo.
D. Calina é a coisa mais doce que se pode encontrar num sítio estranho. Quis logo ser a nossa melhor amiga e pediu-nos, assim sem mais nem menos, o nosso mail para nos enviar fotografias do país e de tudo o mais que achasse interessante. Deu-nos o mail dela e que ia esperar nossas notícias. D. Calina, tenho a certeza, achava-se a pessoa mais feliz do mundo, porque o mundo para ela é feito de momentos de amizade. Mas também nada paga o sorriso daquela mulher e a forma simpática que nos tratou sem nos conhecer de lado nenhum.
Por isso quando o filho se preparava para nos fotografar, a D. Calina chegou-se num ápice para perto de nós. Dessa forma esta foi a única fotografias em que ficámos os dois juntos. Isso era o plano. Na verdade fiquei eu, a namorada e a D. Calina que no seu país faz implantes capilares.
Um beijo para si D. Calina e quando vier a Lisboa cá estaremos para a receber como merece. Porque somos amigos, mesmo que não entendamos a maior parte das coisas que diz.
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