Praia I
Infelizmente para todos, finalizei esta semana as minhas férias e estou cheio de entusiasmo para continuar mais um ano à frente deste desacreditado blog que se vem esforçando em dilapidar o mais requintadamente possível o precioso tempo às pessoas que teimam em o consultar. Não sei porque razão o fazem, mas também não me cabe a mim desvendar o enigma. Até porque, se houve pessoas que viram até ao fim o debate entre o Carrilho e o Carmona, porque razão não há-de haver gente suficientemente enfastiada para ler o meu blog diariamente? A sensação que se tem numa coisa e noutra deve ser a mesma, ou pelo menos deve andar lá muito perto.
Voltando às minhas férias. Estes quinze dias de descanso, passei-os confortávelmente no sofá lá de casa onde pude passar pelas brasas durante horas e horas seguidas como se tivesse sido mordido por uma colossal mosca Tsé Tsé. Muitas vezes saía da cama do quarto, pegava no comando da televisão, e ia logo direitinho deitar-me no sofá. Não há nada na vida meus amigos, que supere o sofá e a televisão.
Não fosse a alarmante consciência dos meus amigos que teimam, sabe-se lá porquê, em meditar no que é melhor para mim e para a minha estabilidade emocional, passava estas férias que era uma maravilha. Mas não, apareceram-me um dia lá em casa, vindos do nada para, segundo os próprios, ir um “bocadinho” à praia com eles.
Conhecedor dos intricados meandros do comportamento humano, vi logo que o bocadinho mencionado no convite iria revelar-se uma eternidade e claro que, mais uma vez, não me enganei.
“Anda lá connosco? Qual é a tua? Tens que ir à praia pelo menos uma vez este ano. Tens de apanhar cor. Tás tão branco que até faz impressão. Além do mais não me digas que preferes estar aí deitado no sofá o dia inteiro?”
Amuei como um bebé:
“Eu não gosto de praia deixem-me em paz. Além do mais, sim, prefiro estar deitado aqui no sofá que deitado na areia onde os putos e os cães mijam. Deixem-me em paz! Deixem-me em paz! Não quero sal na pele nem quero me besuntar com protector solar. Quero ficar aqui e além disso o Benfica joga ao fim da tarde. Obrigado pelo convite na mesma. Além do mais não tenho protector. Odeio praia e tudo aquilo que representa. Nada é melhor neste momento do que este sofá. Deixem-me.”
Foi então que a Mafalda, mulher de atributos físicos e emocionais muito acima das exigências de qualquer um entrou na conversa:
“Eu empresto-te o meu. Vá, se fores connosco até te ponho o creme nas costas.”
Lá me deu a volta. Eu fui, mas fui de nariz entortado porque não gosto cá que me pressionem, nem que usem a sexualidade para me convencerem a fazer coisas que eu não quero. Não me convidem para a praia raios.
Mas na verdade, e nestas coisas há que ser sincero, o argumento que me matou, foi a hipótese de ver a Mafalda em fato de banho, coisa que só conhecia de ouvir falar, mas devido aos excelentes comentários dos machos mais próximos e cuja opinião nestas coisas muito prezo, decidi, pois, arriscar uma ida ao areal para me certificar da veracidade do mito. Uma vida são dois dias e há que aproveitar enquanto Deus nos der estas hipóteses. Fui, portanto, a viagem toda a pensar em nádegas baloiçantes que, bem vistas as coisas, é o único ponto positivo duma ida à praia.
Se calhar elevei demasiado as expectativas. Seja como for, nestas coisas de tão impuro recalcamento, o melhor mesmo, é confirmar os factos com os próprios olhos.
“Tá uma ventania tão desagradável... Não, decididamente não foi o melhor dia para vires à praia, Hugo. Se soubesse que ia ser assim nem te tinha convidado. Vê lá que está tanto frio que hoje nem sequer vou tirar as calças. Até escusas de usar o protector solar.”
Voltando às minhas férias. Estes quinze dias de descanso, passei-os confortávelmente no sofá lá de casa onde pude passar pelas brasas durante horas e horas seguidas como se tivesse sido mordido por uma colossal mosca Tsé Tsé. Muitas vezes saía da cama do quarto, pegava no comando da televisão, e ia logo direitinho deitar-me no sofá. Não há nada na vida meus amigos, que supere o sofá e a televisão.
Não fosse a alarmante consciência dos meus amigos que teimam, sabe-se lá porquê, em meditar no que é melhor para mim e para a minha estabilidade emocional, passava estas férias que era uma maravilha. Mas não, apareceram-me um dia lá em casa, vindos do nada para, segundo os próprios, ir um “bocadinho” à praia com eles.
Conhecedor dos intricados meandros do comportamento humano, vi logo que o bocadinho mencionado no convite iria revelar-se uma eternidade e claro que, mais uma vez, não me enganei.
“Anda lá connosco? Qual é a tua? Tens que ir à praia pelo menos uma vez este ano. Tens de apanhar cor. Tás tão branco que até faz impressão. Além do mais não me digas que preferes estar aí deitado no sofá o dia inteiro?”
Amuei como um bebé:
“Eu não gosto de praia deixem-me em paz. Além do mais, sim, prefiro estar deitado aqui no sofá que deitado na areia onde os putos e os cães mijam. Deixem-me em paz! Deixem-me em paz! Não quero sal na pele nem quero me besuntar com protector solar. Quero ficar aqui e além disso o Benfica joga ao fim da tarde. Obrigado pelo convite na mesma. Além do mais não tenho protector. Odeio praia e tudo aquilo que representa. Nada é melhor neste momento do que este sofá. Deixem-me.”
Foi então que a Mafalda, mulher de atributos físicos e emocionais muito acima das exigências de qualquer um entrou na conversa:
“Eu empresto-te o meu. Vá, se fores connosco até te ponho o creme nas costas.”
Lá me deu a volta. Eu fui, mas fui de nariz entortado porque não gosto cá que me pressionem, nem que usem a sexualidade para me convencerem a fazer coisas que eu não quero. Não me convidem para a praia raios.
Mas na verdade, e nestas coisas há que ser sincero, o argumento que me matou, foi a hipótese de ver a Mafalda em fato de banho, coisa que só conhecia de ouvir falar, mas devido aos excelentes comentários dos machos mais próximos e cuja opinião nestas coisas muito prezo, decidi, pois, arriscar uma ida ao areal para me certificar da veracidade do mito. Uma vida são dois dias e há que aproveitar enquanto Deus nos der estas hipóteses. Fui, portanto, a viagem toda a pensar em nádegas baloiçantes que, bem vistas as coisas, é o único ponto positivo duma ida à praia.
Se calhar elevei demasiado as expectativas. Seja como for, nestas coisas de tão impuro recalcamento, o melhor mesmo, é confirmar os factos com os próprios olhos.
“Tá uma ventania tão desagradável... Não, decididamente não foi o melhor dia para vires à praia, Hugo. Se soubesse que ia ser assim nem te tinha convidado. Vê lá que está tanto frio que hoje nem sequer vou tirar as calças. Até escusas de usar o protector solar.”
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