terça-feira, dezembro 14, 2004

Imitação rende contrato milionário

Uma espectacular imitação efectuada por Elisabete Ferreira de Shania Twain no jantar comemorativo dos 5 meses do Desordem, valeu-lhe os aplausos e a unanimidade da crítica que, a considerou mesmo, uma das melhores vozes a actuar actualmente em Bares Irlandeses. Tal sucesso não passou despercebido à imprensa estrangeira da especialidade. O Melody Maker dedicou-lhe duas páginas inteiras e considerou a sua actuação no Irish & Co. como um momento quer marca qualquer ouvido. “Finalmente conseguimos ouvir alguém a cantar num Irish Pub que não esteja bêbado que nem um cacho e que se esforce por não embebedar os clientes.” No entanto o dono do bar não a voltará a contratar. Segundo o próprio: “Canta muito bem, mas os clientes ficam a ouvi-la cantar e não bebem. Prefiro o Brian, sempre é mais lucrativo.”
A actuação não passou despercebida ao filho do xeque da Arábia Saudita - Kareem Al-saihati, possuidor duma fortuna incalculável e que a contratou para viver no seu palácio e cantar à hora das refeições. Durante o Ramadão ficará, se Alá quiser, dispensada. O xeque fez referência não só à sua maravilhosa voz, mas também ao cabelo Betty Boop que o deixou encantado. “O ocidente tem destas coisas.”
Mas outras individualidades não passaram despercebidas nesta noite de gala. O trio eléctrico composto por Pedro, Fábio e Joaquim cantou uma canção de Quim Barreiros provocando uma onda de delírio entre as mulheres presentes, principalmente quando o nome de Fábio foi anunciado. Para a Uncut “...foi uma actuação que não aqueceu nem arrefeceu, mas seja como for, a presença de Fábio dá um colorido ao trio que, infelizmente, a componente musical não consegue dar.”
Desilusão absoluta foi a presença de Frazão filho e Frazão pai. O som esteve mau e houve acusações no intuito de dar a entender que tudo não passou duma manobra de diversão para que alguns fossem beneficiados. Para Frazão filho: “Isto é demais! Uma pessoa vem para aqui cantar uma música que duma forma ou de outra nos diz muito e é confrontado com um sistema que tenta, a todo o custo, destruir o esforço de quem tem alguma coisa a dar.” Mesmo assim dos dois, Frazão pai foi o melhor. Os anos de experiência e a sua atitude à Tom Waits ajudaram. Mesmo assim, a Rolling Stone mostrou-se optimista numa futura parceria entre os dois cantores. “O mundo tem a ganhar com um eventual dueto entre os Frazões. O talento conjugado é capaz de entrar na história, separado serve apenas para entreter.”
Estranha foi a actuação de Ivone Bello, Marina, Ana Margarida e Susana Barão que cantaram uma música das Doce. Foram acompanhadas pelo sempre bem disposto Joaquim que, numa primeira fase, queria entrar no grupo como Reinaldo, antigo jogador do Salgueiros, mas que não foi aceite como tal, restando-lhe o papel de Ágata para interpretar. O insuspeito Musical Express viu o momento, como algo que pode abrir as portas a outros voos, mas tem de haver trabalho específico. Marina destaca-se e pode muito bem vir a ser a Britney Spears portuguesa.”
Das outras actuações pouco há a reter, a não ser uma que reviveu os idos anos 60/70, mas sem grande glória. Contudo, suspeita-se mesmo que, o interrogatório a Pinto da Costa, que tinha lugar à mesma hora no Tribunal Criminal de Matosinhos, foi interrompido para que o presidente do F.C. Porto pudesse assistir a esta parte do show.
Como editor, apenas quero agradecer a todos os que estiveram na festa e esperar que daqui a outros tantos meses possamos repetir a dose. Até lá fiquem em paz.