Importa-se de repetir?
Com o início do novo ano lectivo tem-me sido um pouco difícil dedicar-me a este canto. Já se sabe como é, dar graxa aos professores, estudar, trabalhos, biblioteca, Lutero, Maquiavel, Camões, Renascimento, Descobrimentos, bla, bla, bla.
Eu não sei se o caro leitor conhece um dos novos anúncios da Cerveja Preta da Sagres, quando a determinada altura é contada a seguinte anedota:
Uma mulher dá à luz uma criança e o médico diz-lhe que o filho não tem pernas nem braços. A mulher aceita o facto e faz saber ao médico que ama a sua cria tal qual ela é. O médico, por outro lado, continua a dar-lhe más notícias e informa-a que o filho que tanto esperava é uma singela orelha. A mulher aceita o facto e grita para a orelha: “Filho estás a ouvir-me?” E o médico avisa-a de seguida: ”Escusa de gritar porque o seu filho é surdo.”
Ora bem, estava eu a ler o Jornal Público de hoje e a pensar numa notícia para publicar aqui no Desordem, quando sou miraculosamente confrontado com uma coluna de opinião assinada pelo Sr. David Rodrigues, que é também identificado como Professor da Universidade Técnica de Lisboa e que alvitra o seguinte em relação ao anúncio em questão(pag.14): “A campanha desta Cerveja já nos tinha habituado a Slogans sexistas, mas agora passou das marcas: está a rir-se boçalmente do nascimento de uma criança deficiente. (...) Convido os leitores a serem sensíveis a esta campanha publicitária. Quando lhes apetecer uma cerveja, lembrem-se desta marca e peçam outra cerveja qualquer (...) Esta publicidade é indigna e alvitante para as pessoas com deficiência e para as suas famílias. (...) Vamos seguir as regras do mercado livre: há escolha? Então, eu não bebo cervejas que para vender gozam com a dignidade humana. E você, amigo leitor?”
É que depois de ter lido esta opinião só me restou desatar a rir no comboio que nem um doido para grande espanto da passageira que estava ao meu lado, que por sinal até era jeitosa.
Seja como for, duas coisas parecem-me certas, nem os leitores do Público precisam de opiniões destas, nem os alunos da Universidade Técnica de professores como o Sr. David Rodrigues.
Ainda na mesma edição do Público (pag.39) uma notícia dá conta que uma Portuguesa foi premiada por ter desenvolvido um aparelho que transforma grandes quantidades de gordura em gás. Nem a propósito. Ontem paguei doze Euros por uma bilha de gás e fiquei a noite toda a queixar-me do preço da vida. Mas hoje estou mais feliz. Basta encorajar a minha namorada a deixar a dieta e levá-la ao Mc Donald´s que consigo facilmente poupar um balúrdio. Ainda para mais, e segundo o artigo, o biogás resultante da transformação das gorduras, pode ser usado para produzir electricidade. Mas o melhor está nas palavras da Cientista Madalena Alves: “Por mais congressos em que participássemos e disséssemos que as gorduras, afinal, podiam ser desgradadas, as pessoas continuavam a não acreditar. Não eramos ouvidos. Fazer trabalho científico sem ser reconhecido pelos pares é quase como não fazer nada.”
Uma mulher dá à luz uma criança e o médico diz-lhe que o filho não tem pernas nem braços. A mulher aceita o facto e faz saber ao médico que ama a sua cria tal qual ela é. O médico, por outro lado, continua a dar-lhe más notícias e informa-a que o filho que tanto esperava é uma singela orelha. A mulher aceita o facto e grita para a orelha: “Filho estás a ouvir-me?” E o médico avisa-a de seguida: ”Escusa de gritar porque o seu filho é surdo.”
Ora bem, estava eu a ler o Jornal Público de hoje e a pensar numa notícia para publicar aqui no Desordem, quando sou miraculosamente confrontado com uma coluna de opinião assinada pelo Sr. David Rodrigues, que é também identificado como Professor da Universidade Técnica de Lisboa e que alvitra o seguinte em relação ao anúncio em questão(pag.14): “A campanha desta Cerveja já nos tinha habituado a Slogans sexistas, mas agora passou das marcas: está a rir-se boçalmente do nascimento de uma criança deficiente. (...) Convido os leitores a serem sensíveis a esta campanha publicitária. Quando lhes apetecer uma cerveja, lembrem-se desta marca e peçam outra cerveja qualquer (...) Esta publicidade é indigna e alvitante para as pessoas com deficiência e para as suas famílias. (...) Vamos seguir as regras do mercado livre: há escolha? Então, eu não bebo cervejas que para vender gozam com a dignidade humana. E você, amigo leitor?”
É que depois de ter lido esta opinião só me restou desatar a rir no comboio que nem um doido para grande espanto da passageira que estava ao meu lado, que por sinal até era jeitosa.
Seja como for, duas coisas parecem-me certas, nem os leitores do Público precisam de opiniões destas, nem os alunos da Universidade Técnica de professores como o Sr. David Rodrigues.
Ainda na mesma edição do Público (pag.39) uma notícia dá conta que uma Portuguesa foi premiada por ter desenvolvido um aparelho que transforma grandes quantidades de gordura em gás. Nem a propósito. Ontem paguei doze Euros por uma bilha de gás e fiquei a noite toda a queixar-me do preço da vida. Mas hoje estou mais feliz. Basta encorajar a minha namorada a deixar a dieta e levá-la ao Mc Donald´s que consigo facilmente poupar um balúrdio. Ainda para mais, e segundo o artigo, o biogás resultante da transformação das gorduras, pode ser usado para produzir electricidade. Mas o melhor está nas palavras da Cientista Madalena Alves: “Por mais congressos em que participássemos e disséssemos que as gorduras, afinal, podiam ser desgradadas, as pessoas continuavam a não acreditar. Não eramos ouvidos. Fazer trabalho científico sem ser reconhecido pelos pares é quase como não fazer nada.”
Este Público anda com piada, anda, anda!
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