Instituto de Apoio aos desgraçados pode encerrar para a semana
A notícia caiu que nem uma pedra na frágil cabeça da justiça portuguesa. Aparentemente, e se tudo correr como o previsto, Portugal será o único país do mundo civilizado, desculpem, semi-civilizado, a terminar com o tradicional e dispendioso apoio aos mais desgraçados.
Esta previsão veio já a dar alguma celeuma nas altas instâncias governamentais, até porque, o Primeiro Ministro, José Sócrates, ainda não chegou da meia maratona de Lisboa e, por enquanto, nenhuma decisão pode ser tomada sem a devida discussão de ideias no seio do executivo rosa.
O problema reside no facto dos funcionários do mais que mítico instituto, fartos de verem a sua vida a andar para trás, se disponibilizarem para jogar, sem qualquer tipo de medo, no EuroMilhões que, esta semana, por sinal, tem um prémio de 44 milhões de Euros. Só de escrever este número os meus dedinhos de jornalista falhado tremem-me como os lisboetas tremeram quando souberam que Santana iria voltar.
O grande impulsionador da ideia foi o funcionário mais antigo do instituto, A. Andrade que, desde que lhe disseram que o bigode que usa é dos mais sexys da Europa, ganhou um novo alento para os anos que ainda tem que trabalhar até lhe chegar a maldita reforma. “Isto tem de ser desta. Pirava-me daqui e mais ninguém me punha a vista em cima. Certinho como eu ser o filho da D. Odete.”
Já para o caso de Matiazz, a felicidade suprema fazia-o regressar às origens: “Olhe, ia para a Malhada e passava os dias em Espanha. Ai passava, passava.”
Quem se passava mesmo era a Martinha Lambreta que, uma vez que não jogou, faz questão de avisar que não ia assegurar os serviços mínimos do Instituto: “Era o que faltava, se fosse tudo embora eu ia também, se calhar ficava aqui sozinha... Não queriam mais nada. Mau, mau, mau, mau, mau, mau!”
Rita Jacob, que vai dar o nó cego recentemente, pretende, em caso de milagre, cantar até que a voz lhe doa num cruzeiro mundo afora. “Mais nada!!!!”
Cândida Barata, bem menos realista, já ficava contente de trocar a cassete cada vez que vai atender, ao balcão, os papa escalas: “Fazia centenas de nomeações para o mesmo estagiário para ver se depois vinha para aqui pedir mais...”
Silvia mudava-se de malas e bagagens para o Porto, onde viviria dias paradisíacos só comparados aos momentos passados pela Brooke Shields na Lagoa Azul. Marina, viajante dos 4 cantos do mundo conhecido, fazia questão de não lhe pormos mais a vista em cima, António Rodrigues iria tentar a sua sorte em Hollywood, como dançarino de Break Dance e, as queridas e adoradas chefes, iriam dar a devida atenção aos maridos que, honra lhes seja feita, têm sido incansáveis na lida doméstica enquanto as esposas discutem o destino da justiça portuguesa com os mais ilustres advogados. A Ana Margarida, como está de férias, ficava sem o seu quinhão e quando chegasse viria o instituto às moscas. Vanda pirava-se para o Hawai em boa companhia e abria um restaurante de comida italiana.
No entanto, para o ministro da Justiça, Alberto Costa, o caso exige uma rápida decisão: “Isto vai ser terrível. Ainda agora entrei em funções e dou-me de caras com isto. Credo, sempre disse que este jogo de sorte iria ser a desgraça do país. O que nos valeu foi o Sr. Fábio que sempre impulsionou a produção, porque se não fosse isso, ainda éramos bem capazes de cá estar menos tempo que o outro (Santana Lopes)”.
O que parece estar a estragar a fezada é a secção de Deontologia, que se juntou, para em segredo, elaborar rezas malignas que farão, se Lucifer quiser, as bolas da sorte darem estranhas e extraordinárias piruetas, bem ao estilo de Mariana Carvalheira, e estragar o jogo aqui à malta. Para Andrade podem fazer o que quiserem, mas não deixou de fazer algumas críticas a Jorge Matiazz: “...a sorte grande vai ser nossa. O problema mais difícil de resolver é o pessoal que deixa até ao último dia para pagar a sua parte e depois parte para o norte sem dizer nada a ninguém.”
Uma das maiores desgraçadas de que há memória, Maria de Lurdes, já avisou que se chegar um dia ao instituto e, por infelicidade, não vir ninguém, vai haver merda da grossa: “São uma cambada de agentes da PIDE. É uma máfia que para aí anda, fazem o que querem e deixam-nos à espera meses e meses sem uma resposta. E você não se esteja a rir que mando-lhe com um cinzeiro na cara que até anda de lado. Não tenho medo nenhum. Já agora assine-me aí este papel.”
Pelo sim e pelo não ficam desde já notificados para o caso de não nos virem na Segunda feira (sim, porque nós, bem ao estilo do mais distinto funcionalismo público, também sabemos ficar em casa uma fartura de dias) é porque a sorte nos calhou. Eu por mim já disse, por uma questão de justiça, doava tudo aos desgraçados. E eles que fizessem com o dinheiro o que lhes conviesse. Eu, certamente, gastava-o mal gasto.
Esta previsão veio já a dar alguma celeuma nas altas instâncias governamentais, até porque, o Primeiro Ministro, José Sócrates, ainda não chegou da meia maratona de Lisboa e, por enquanto, nenhuma decisão pode ser tomada sem a devida discussão de ideias no seio do executivo rosa.
O problema reside no facto dos funcionários do mais que mítico instituto, fartos de verem a sua vida a andar para trás, se disponibilizarem para jogar, sem qualquer tipo de medo, no EuroMilhões que, esta semana, por sinal, tem um prémio de 44 milhões de Euros. Só de escrever este número os meus dedinhos de jornalista falhado tremem-me como os lisboetas tremeram quando souberam que Santana iria voltar.
O grande impulsionador da ideia foi o funcionário mais antigo do instituto, A. Andrade que, desde que lhe disseram que o bigode que usa é dos mais sexys da Europa, ganhou um novo alento para os anos que ainda tem que trabalhar até lhe chegar a maldita reforma. “Isto tem de ser desta. Pirava-me daqui e mais ninguém me punha a vista em cima. Certinho como eu ser o filho da D. Odete.”
Já para o caso de Matiazz, a felicidade suprema fazia-o regressar às origens: “Olhe, ia para a Malhada e passava os dias em Espanha. Ai passava, passava.”
Quem se passava mesmo era a Martinha Lambreta que, uma vez que não jogou, faz questão de avisar que não ia assegurar os serviços mínimos do Instituto: “Era o que faltava, se fosse tudo embora eu ia também, se calhar ficava aqui sozinha... Não queriam mais nada. Mau, mau, mau, mau, mau, mau!”
Rita Jacob, que vai dar o nó cego recentemente, pretende, em caso de milagre, cantar até que a voz lhe doa num cruzeiro mundo afora. “Mais nada!!!!”
Cândida Barata, bem menos realista, já ficava contente de trocar a cassete cada vez que vai atender, ao balcão, os papa escalas: “Fazia centenas de nomeações para o mesmo estagiário para ver se depois vinha para aqui pedir mais...”
Silvia mudava-se de malas e bagagens para o Porto, onde viviria dias paradisíacos só comparados aos momentos passados pela Brooke Shields na Lagoa Azul. Marina, viajante dos 4 cantos do mundo conhecido, fazia questão de não lhe pormos mais a vista em cima, António Rodrigues iria tentar a sua sorte em Hollywood, como dançarino de Break Dance e, as queridas e adoradas chefes, iriam dar a devida atenção aos maridos que, honra lhes seja feita, têm sido incansáveis na lida doméstica enquanto as esposas discutem o destino da justiça portuguesa com os mais ilustres advogados. A Ana Margarida, como está de férias, ficava sem o seu quinhão e quando chegasse viria o instituto às moscas. Vanda pirava-se para o Hawai em boa companhia e abria um restaurante de comida italiana.
No entanto, para o ministro da Justiça, Alberto Costa, o caso exige uma rápida decisão: “Isto vai ser terrível. Ainda agora entrei em funções e dou-me de caras com isto. Credo, sempre disse que este jogo de sorte iria ser a desgraça do país. O que nos valeu foi o Sr. Fábio que sempre impulsionou a produção, porque se não fosse isso, ainda éramos bem capazes de cá estar menos tempo que o outro (Santana Lopes)”.
O que parece estar a estragar a fezada é a secção de Deontologia, que se juntou, para em segredo, elaborar rezas malignas que farão, se Lucifer quiser, as bolas da sorte darem estranhas e extraordinárias piruetas, bem ao estilo de Mariana Carvalheira, e estragar o jogo aqui à malta. Para Andrade podem fazer o que quiserem, mas não deixou de fazer algumas críticas a Jorge Matiazz: “...a sorte grande vai ser nossa. O problema mais difícil de resolver é o pessoal que deixa até ao último dia para pagar a sua parte e depois parte para o norte sem dizer nada a ninguém.”
Uma das maiores desgraçadas de que há memória, Maria de Lurdes, já avisou que se chegar um dia ao instituto e, por infelicidade, não vir ninguém, vai haver merda da grossa: “São uma cambada de agentes da PIDE. É uma máfia que para aí anda, fazem o que querem e deixam-nos à espera meses e meses sem uma resposta. E você não se esteja a rir que mando-lhe com um cinzeiro na cara que até anda de lado. Não tenho medo nenhum. Já agora assine-me aí este papel.”
Pelo sim e pelo não ficam desde já notificados para o caso de não nos virem na Segunda feira (sim, porque nós, bem ao estilo do mais distinto funcionalismo público, também sabemos ficar em casa uma fartura de dias) é porque a sorte nos calhou. Eu por mim já disse, por uma questão de justiça, doava tudo aos desgraçados. E eles que fizessem com o dinheiro o que lhes conviesse. Eu, certamente, gastava-o mal gasto.
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