Bófia a bordo
Tenho sido surpreendido ultimamente com o exagerado civismo dos portugueses que, verdade seja dita, me tem enchido de orgulho cada vez que falo ou passeio com os meus amigos estrangeiros por este país. Existem certas particularidades que só visto.
É verdade que, apesar de ter carta de condução, nunca me pus ao volante mais de 5 minutos e portanto, não sou a pessoa ideal para estar aqui a cagar postas de pescada, mas sinceramente, nunca na minha vida me lembraria de tal coisa. Pronto, eu admito, a primeira vez que chumbei no exame de condução ia batendo num carro que se atravessou à minha frente sem avisar, ia também atropelando uma senhora na passadeira, passei um sinal vermelho sem querer e fiz uma subida em terceira. Eu bem que notei que o carro estava vagaroso, mas pensei, bem com tanta gente a ser ensinada nele é perfeitamente natural que o carro estivesse com problemas. Na altura achei por bem armar-me em esperto e duma forma eloquente, dar a entender ao inspector a minha sabedoria: “ Olhe que esta viatura pode estar com problemas mecânicos. Não está a ouvir o som?” O raio do homem a seguir, parecia um louco, e disse-me tantas que nem vale a pena fazer referência a isso neste espaço que primou sempre pela castidade.
Uma coisa parece certa, para quem anda nas estradas em Portugal, o pessoal morre como o caraças e toda a gente se queixa da falta de civismo dos condutores. Ou porque aceleram feitos parvos, ou porque ultrapassam em curvas de visibilidade escassa ou porque bebem feitos camelos ou por isto ou por aquilo. Sejam quais forem as razões, é mais perigoso andar de carro aqui do que pegar numa metralhadora e ir para o Iraque fazer tiro ao alvo aos maricas dos muçulmanos. E não me venham com histórias de racismo, porque homens que tapam as mulheres e estão sempre com o rabo virado para Alá, não são bons chefes de família, digam lá o que disserem.
Isto tudo a propósito dum mail que recebi onde são avisados todos os condutores das estratégias utilizadas pela Brigada de Trânsito para apanhar os infractores, bem como os carros em que se passeiam nas auto estradas.
Assim são avisados os condutores que agora nem sequer mandam parar. Filmam a coisa e passado um tempo os aceleras levam com a multa em casa.
O Desordem evidentemente não vai divulgar quais são os carros, até porque achamos que os infractores devem ser punidos exemplarmente, mas seja como for, e só para abrir o apetite, os carros da brigada têm um autocolante de bebé a bordo. O que é mais interessante no mail é que quem o escreveu ainda pensa que toda a gente lhe deve agradecer a informação. Quer dizer, anda toda a gente a acusar toda a gente da morte das estradas, as autoridades, coitadas, lá tentam disfarçar as coisas para apanhar os possíveis homicidas e agora um tipo arma-se em herói e espalha a confidencial informação que os carros da brigada têm autocolantes de bebé a bordo. É que o homem é bem capaz de provocar a paranóia colectiva. Em vez de se olhar para a estrada olha-se para os autocolantes dos carros.
Faz-me lembrar uma visita a Lisboa que fiz com pessoal que não é de cá. Ficaram muito admirados dos carros que vinham em sentido contrário fazerem sinais de luzes. Perguntaram o que aquilo significava: “Isso é para avisar que a polícia está a controlar a velocidade.” Claro que a pessoa ficou a olhar para mim feita parva. Lá me desculpei:
“É que nós portugueses, temos um sentido de comunidade muito forte e que é difícil explicar a quem não é de cá.”
É verdade que, apesar de ter carta de condução, nunca me pus ao volante mais de 5 minutos e portanto, não sou a pessoa ideal para estar aqui a cagar postas de pescada, mas sinceramente, nunca na minha vida me lembraria de tal coisa. Pronto, eu admito, a primeira vez que chumbei no exame de condução ia batendo num carro que se atravessou à minha frente sem avisar, ia também atropelando uma senhora na passadeira, passei um sinal vermelho sem querer e fiz uma subida em terceira. Eu bem que notei que o carro estava vagaroso, mas pensei, bem com tanta gente a ser ensinada nele é perfeitamente natural que o carro estivesse com problemas. Na altura achei por bem armar-me em esperto e duma forma eloquente, dar a entender ao inspector a minha sabedoria: “ Olhe que esta viatura pode estar com problemas mecânicos. Não está a ouvir o som?” O raio do homem a seguir, parecia um louco, e disse-me tantas que nem vale a pena fazer referência a isso neste espaço que primou sempre pela castidade.
Uma coisa parece certa, para quem anda nas estradas em Portugal, o pessoal morre como o caraças e toda a gente se queixa da falta de civismo dos condutores. Ou porque aceleram feitos parvos, ou porque ultrapassam em curvas de visibilidade escassa ou porque bebem feitos camelos ou por isto ou por aquilo. Sejam quais forem as razões, é mais perigoso andar de carro aqui do que pegar numa metralhadora e ir para o Iraque fazer tiro ao alvo aos maricas dos muçulmanos. E não me venham com histórias de racismo, porque homens que tapam as mulheres e estão sempre com o rabo virado para Alá, não são bons chefes de família, digam lá o que disserem.
Isto tudo a propósito dum mail que recebi onde são avisados todos os condutores das estratégias utilizadas pela Brigada de Trânsito para apanhar os infractores, bem como os carros em que se passeiam nas auto estradas.
Assim são avisados os condutores que agora nem sequer mandam parar. Filmam a coisa e passado um tempo os aceleras levam com a multa em casa.
O Desordem evidentemente não vai divulgar quais são os carros, até porque achamos que os infractores devem ser punidos exemplarmente, mas seja como for, e só para abrir o apetite, os carros da brigada têm um autocolante de bebé a bordo. O que é mais interessante no mail é que quem o escreveu ainda pensa que toda a gente lhe deve agradecer a informação. Quer dizer, anda toda a gente a acusar toda a gente da morte das estradas, as autoridades, coitadas, lá tentam disfarçar as coisas para apanhar os possíveis homicidas e agora um tipo arma-se em herói e espalha a confidencial informação que os carros da brigada têm autocolantes de bebé a bordo. É que o homem é bem capaz de provocar a paranóia colectiva. Em vez de se olhar para a estrada olha-se para os autocolantes dos carros.
Faz-me lembrar uma visita a Lisboa que fiz com pessoal que não é de cá. Ficaram muito admirados dos carros que vinham em sentido contrário fazerem sinais de luzes. Perguntaram o que aquilo significava: “Isso é para avisar que a polícia está a controlar a velocidade.” Claro que a pessoa ficou a olhar para mim feita parva. Lá me desculpei:
“É que nós portugueses, temos um sentido de comunidade muito forte e que é difícil explicar a quem não é de cá.”
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