Soco nas ventas
Em tempo de Óscars, o Desordem vem a público obrigar, e a palavra é mesmo esta, os seus queridos leitores a assistir a um dos melhores filmes paridos pelo cinema Norte-Americano na última década. Quem diz da última, diz da penúltima também. É um filme que contraria aqueles que gostam de se armar ao pingarelho ao anunciar imbecilmente, a tudo e a todos, que o cinema deixou de existir a partir da década de 70. Clint Eastwood, no seu mais recente filme, Million Dollar Baby, confirma precisamente o contrário, um pouco à semelhança do que já tinha acontecido na sua anterior obra, Mystic River, também ela detentora duma magistralidade inigualável quando comparada com o que se faz hoje em dia na sétima arte.
Não é de bom tom falar sobre a história. Nem convém. A experiência reside em vê-lo sem saber o que dele esperar. Million Dollar Baby é um soco bem mandado no estômago do espectador. Daqueles socos que até a respiração pára. A beleza e o dramatismo que o realizador transpira na câmara é tão grande que, durante as duas horas e meia da projecção, não se ouviu um simples pio. O que é raro tendo em conta o que se passa nas salas de cinema portuguesa, que parecem mais recreios de porcos do que entretenimento de gente civilizada. Mesmo no fim, quando os créditos passavam, ninguém se conseguiu mexer. Não havia força suficiente para sobreviver à pujança daquelas personagens e daquelas vidas. Foi num silêncio arrebatador que o senhor dos bilhetes encontrou a sala a olhar para a tela já sem imagens...
“Os senhores importam-se de sair, é que daqui a dez minutos começa a próxima sessão.”
Pois que comece, porque dali ninguém saiu.
Não é de bom tom falar sobre a história. Nem convém. A experiência reside em vê-lo sem saber o que dele esperar. Million Dollar Baby é um soco bem mandado no estômago do espectador. Daqueles socos que até a respiração pára. A beleza e o dramatismo que o realizador transpira na câmara é tão grande que, durante as duas horas e meia da projecção, não se ouviu um simples pio. O que é raro tendo em conta o que se passa nas salas de cinema portuguesa, que parecem mais recreios de porcos do que entretenimento de gente civilizada. Mesmo no fim, quando os créditos passavam, ninguém se conseguiu mexer. Não havia força suficiente para sobreviver à pujança daquelas personagens e daquelas vidas. Foi num silêncio arrebatador que o senhor dos bilhetes encontrou a sala a olhar para a tela já sem imagens...
“Os senhores importam-se de sair, é que daqui a dez minutos começa a próxima sessão.”
Pois que comece, porque dali ninguém saiu.
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