terça-feira, junho 28, 2005

Contraditório

Aqui fica mais uma carta chegada à nossa redacção, desta feita como resposta à anteriormente publicada.
O principio do contraditório fica assim resguardado das intempéries da vida.
Seja como for, fica aqui o convite ao caro leitor para me insultar sempre que ache necessário. O mail é o do costume e pode mesmo usar expressões brejeiras que não me importo. O melhor mail recebe uma selecção não autografada das sempre repugnantes crónicas do imbecil Miguel Sousa Tavares. Eu sei que não é uma prenda que façam questão de ter, mas de certeza que, ao lê-las, se vão encher de raiva e pode ser que a canalizem para me insultarem como deve de ser.

Contestação indignada à canalha virtual

É com uma inigualável e profundíssima tristeza que vejo chegar, a estas bem intencionadas páginas, a bujarda infame, a rasteira que pinga ranço viscoso de lesma alvitrante.
Choram os anjos deitados à terra infértil da sobranceria vácua, ganem como cães vadios os lobos desprovidos da luz da lua escondida pela vergonha de no mesmo céu morar, vociferam as almas panadas dos que foram e ficaram sem vontade de voltar para lerem as demências do insulto grotesco, iram-se as vacas das pradarias ao assistirem impotentes ao discurso duma das suas enegrecidas irmãs, arrancam os olhos os recém-nascidos já arrancados à inocência em tempo inoportuno, fustigam os ventos de encontro às areias do deserto secas pela língua viperina desta gaja.
Não sei que diga. Toda esta situação leva-me ao desespero.
Testemunhar este ataque vil e impróprio a um amigo, que apesar de ser bruto em essência, desprovido de talento ou de sombra de saber, capaz de trocar o chicotear da namorada por uma partida de Catan com gentalha impregnada de vícios duvidosos, grão-mestre de várias sociedades satânicas, algumas onde derretem cornetos de baunilha em cima de fotografias de frangos assados esturricados, é verdade, não deixa de ser a única pessoa que se presta a publicar os meus sofridos e despretensiosos textos. Este indivíduo, este avatar da modernidade, uma eterna criança, como o prova o facto de continuar aos trinta a moer com seus dentes tortos na sua chucha de infância, teve a hombridade e decência de me acolher na sua redacção quando todos os outros me cuspiam na boca com gordas gosmas e me chamavam de frustrado, sem amor, sem sexo a dois ou a mais, desprovido de qualquer préstimo ou incapaz de tudo no particular e de lidar com a realidade no geral. A esses, um bem-haja muito grande, que quando me decidir a ir desta para melhor, hei-de os levar comigo na dianteira, de cabresto numa mão e forquilha na outra.
Definições também eu as sei. Fisioterapia vaginal é o que lhe falta, vá-se lá saber qual das duas. Vagina é a mamãezinha. Fisioterapia do pénis é coisa de malandra que fustiga o macho tombado no lodo da sensibilidade.
Esta merda é um escândalo!
Vamos ficar calados e deixar que esta espécie de loucas histéricas de dêem ao desplante de conspurcar lugares de bens com as suas infâmias malignas? Nunca! A moçoila que aqui verteu o seu mal-estar existêncial é uma coitadinha. Tenha mas é a decência de poupar os inocentes leitores que encontram são refúgio nestas abençoadas páginas, bastião daqueles pequenos prazeres fortuitos que se consegue em deixar o duro trabalho durante uns breves instantes para apreciar meia dúzia de cartoons que têm a mais-valia de não serem da autoria do editor..
Quando, oh quando, é que estas agressões incongruentes vão deixar de pertencer à normalidade e uma nova era, de amor pelo próximo, compreensão pelo tudo e bestialidade pelas ruas, vai conquistar a consciência humana, pendurando pelo pescoço, nos postes da praça pública, todos aqueles que prosperam na hipocrisia e da corrupção, oh quando?
Não gosto nada de gente que se vale de insultos rasteiros para exprimir a sua desconexa sensação de ter opinião e acho essas pessoazitas uma merda do caralho!
Antes que, à figura da gaja, me torne medieval, vou mas é já ali à esquina comprar cigarros e já não volto, pelo menos até mais logo, pois neste estado de indignação esqueci o isqueiro em casa.
Só quero que todos nos relacionemos bem...
Se não for de frente, quando morrer vai por trás, como diz o povo, arre… e quem as caralhoterapia que as ature...
Assassinado:
Ph (neutro)