Adriana
Finalmente tive a soberana oportunidade de estar a sós com a minha sobrinha, a querida e adorada Adriana que cada vez está mais fofa, isto apesar de ainda não falar nem andar, mas que, apesar de tudo, já se consegue mexer e mostrar o sorriso lindo cada vez que vê o tio.
As expectativas eram grandes. A minha irmã ia-se pirar o dia todo com o meu cunhado, e como não tinha mais ninguém disponível para cuidar da Sra. Adriana, lá me teve de entregar, a custo, os cuidados da preciosa criatura. Eu sei que fui a última opção, mas como diz o provérbio Hitita “O derradeiro tem o olhar mais brilhante.”
Os meu planos eram grandiosos. Fazer-lhe cócegas nos pés, ensinar-lhe a pintar castelos e damas de corte e dançar vertiginosamente a dança do ventre para ela ficar desperta: “Olha o tio! Olha o tio a dançar a dança das indianas!”
A minha irmã chegou cheia de pressa, com a bebé toda contente por ter a consciência que iria passar um dia agradável com o tio.
“Quem é a bebé mais querida quem é? Olha a bebé mais linda!”
A pequenina Adriana lá abanava os pés e as mãos de felicidade que até me fez lembrar o Ricardo a sair dos postes.
“Isto é o quê? Não sei se já te apercebeste, mas a tua sobrinha tem 2 meses. Ela não vai conseguir fazer esses puzzles que aí tens. Ai meu Deus! Ela nem se consegue sentar quanto mais tocar nesse piano. Ai meu Deus! Isto é o quê? Xadrez? Queres jogar Xadrez com a miúda? Tás a gozar comigo ou passou-te mesmo essa ideia pela cabeça? Ai meu Deus!”
Isto é o mal de ser mãe antes de chegar aos trinta. Não conseguem ter presente a eventualidade da criança ser sobredotada como eu. Se a minha mãe tivesse a capacidade de se aperceber dos sinais que eu já evidenciava no berço, a esta hora estava na Nasa a inventar qualquer coisa importante. Sendo assim, devido à negligência, a minha potência intelectual como não foi acarinhada e devidamente incentivada, regrediu até se transformar numa massa disforme capaz de, apenas, produzir este amontoado de parvoíces a que chamam blog.
Seja como for, estava deserto que a minha irmã se fosse embora para começar a interagir com a criança. Primeiro vou-lhe ler o primeiro capítulo da Pedra Filosofal do Harry Potter que é fixe para os miúdos. Vou ensiná-la a mexer os dedos e tocar piano e desenvolver o intelecto com o Lego e os puzzles. Talvez a leve ao jardim para rebolar na relva. É pena ainda não ter idade para me fazer companhia nuns caracóis. Aluguei o Nemo para ela ver e se ainda houver tempo ensino-a a pintar.
“Primeiro deixa-a dormir. Quando ela acordar, daqui a três horas e meia dá-lhe o Biberon, segues as instruções para os dois meses. Depois pegas nela e fá-la arrotar, não é preciso grande coisa, basta pegar nela e dar-lhe algumas pancadinhas nas costas. Depois disso tens 10 minutos para fazeres as tuas macacadas, que é o tempo em que está acordada. Se ela chorar dá-lhe a chucha, mas lava-a primeiro. Ela há-de adormecer. Se não pega-a ao colo e abana-a um bocado. Depois adormece. Três horas e meia depois acorda e repetes o processo. Se a fralda estiver suja troca-a. Basta lá pores o nariz para saberes. Segues as instruções da embalagem. Portanto, se tudo correr bem, ela vai ficar acordada meia hora até nós chegarmos em três fases de 10 minutos. Por favor, e isso é muito importante, não a forces a estar acordada. Se tudo falhar telefona. Mas mete uma coisa na cabeça. Se ela chorar, ou é porque tem sono ou porque tem fome. A vida dela é isto, dormir e chorar. Não tentes alterar o rumo da natureza. Eu já tentei e não consegui. Agora diz-me, o que é que os bebés como a Adriana fazem?”
“Comem e dormem.”
“Lindo menino. Realmente tinhas razão quando dizias que eras sobredotado.”
As expectativas eram grandes. A minha irmã ia-se pirar o dia todo com o meu cunhado, e como não tinha mais ninguém disponível para cuidar da Sra. Adriana, lá me teve de entregar, a custo, os cuidados da preciosa criatura. Eu sei que fui a última opção, mas como diz o provérbio Hitita “O derradeiro tem o olhar mais brilhante.”
Os meu planos eram grandiosos. Fazer-lhe cócegas nos pés, ensinar-lhe a pintar castelos e damas de corte e dançar vertiginosamente a dança do ventre para ela ficar desperta: “Olha o tio! Olha o tio a dançar a dança das indianas!”
A minha irmã chegou cheia de pressa, com a bebé toda contente por ter a consciência que iria passar um dia agradável com o tio.
“Quem é a bebé mais querida quem é? Olha a bebé mais linda!”
A pequenina Adriana lá abanava os pés e as mãos de felicidade que até me fez lembrar o Ricardo a sair dos postes.
“Isto é o quê? Não sei se já te apercebeste, mas a tua sobrinha tem 2 meses. Ela não vai conseguir fazer esses puzzles que aí tens. Ai meu Deus! Ela nem se consegue sentar quanto mais tocar nesse piano. Ai meu Deus! Isto é o quê? Xadrez? Queres jogar Xadrez com a miúda? Tás a gozar comigo ou passou-te mesmo essa ideia pela cabeça? Ai meu Deus!”
Isto é o mal de ser mãe antes de chegar aos trinta. Não conseguem ter presente a eventualidade da criança ser sobredotada como eu. Se a minha mãe tivesse a capacidade de se aperceber dos sinais que eu já evidenciava no berço, a esta hora estava na Nasa a inventar qualquer coisa importante. Sendo assim, devido à negligência, a minha potência intelectual como não foi acarinhada e devidamente incentivada, regrediu até se transformar numa massa disforme capaz de, apenas, produzir este amontoado de parvoíces a que chamam blog.
Seja como for, estava deserto que a minha irmã se fosse embora para começar a interagir com a criança. Primeiro vou-lhe ler o primeiro capítulo da Pedra Filosofal do Harry Potter que é fixe para os miúdos. Vou ensiná-la a mexer os dedos e tocar piano e desenvolver o intelecto com o Lego e os puzzles. Talvez a leve ao jardim para rebolar na relva. É pena ainda não ter idade para me fazer companhia nuns caracóis. Aluguei o Nemo para ela ver e se ainda houver tempo ensino-a a pintar.
“Primeiro deixa-a dormir. Quando ela acordar, daqui a três horas e meia dá-lhe o Biberon, segues as instruções para os dois meses. Depois pegas nela e fá-la arrotar, não é preciso grande coisa, basta pegar nela e dar-lhe algumas pancadinhas nas costas. Depois disso tens 10 minutos para fazeres as tuas macacadas, que é o tempo em que está acordada. Se ela chorar dá-lhe a chucha, mas lava-a primeiro. Ela há-de adormecer. Se não pega-a ao colo e abana-a um bocado. Depois adormece. Três horas e meia depois acorda e repetes o processo. Se a fralda estiver suja troca-a. Basta lá pores o nariz para saberes. Segues as instruções da embalagem. Portanto, se tudo correr bem, ela vai ficar acordada meia hora até nós chegarmos em três fases de 10 minutos. Por favor, e isso é muito importante, não a forces a estar acordada. Se tudo falhar telefona. Mas mete uma coisa na cabeça. Se ela chorar, ou é porque tem sono ou porque tem fome. A vida dela é isto, dormir e chorar. Não tentes alterar o rumo da natureza. Eu já tentei e não consegui. Agora diz-me, o que é que os bebés como a Adriana fazem?”
“Comem e dormem.”
“Lindo menino. Realmente tinhas razão quando dizias que eras sobredotado.”
3 Comments:
Reparem na assombrosa semelhança entre a sobrinha Adriana e o blogger.
Desculpa lá, mas eu sou muito mais bonito.
a miúda tem ar de ser mais madura..
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