terça-feira, julho 12, 2005

É o maior

A carreira de Spielberg tem a mesma importância, para mim, que a do Nuno Gomes. Raramente fazem alguma coisa de jeito, mas quando o fazem tornam-se nos melhores do mundo.
Recordo, com saudade, os golos que a joaninha marcou à França, Inglaterra e Espanha e de como os mesmos me fizeram explodir de alegria. Mas, além destes raros momentos de inspiração, passo o resto do ano a chamar-lhe maricas e coisas bem piores que, para esta virtuosa página, pouca importância tem.
O mesmo se passa com o realizador americano. Não o chamo maricas, evidentemente, até porque o senhor não o parece, mas passo a vida a alcunhá-lo de piegas, vendido e, quando a prostituição é maior, judeu.
Spielberg foi o responsável por um filme que teve um efeito devastador em mim, tinha eu uns inocentes 15 anos. Império do Sol. Raramente encontro alguém que o tivesse visto, mas deu-me uma verdadeira lição sobre a linguagem cinematográfica e a consciência que na 7ªarte havia filmes e filmes.
Spielberg a partir de ontem tornou-se o melhor do mundo. Quem faz um filme como A Guerra dos Mundos tem de ser recordado para sempre. Se Spielberg tivesse uma camisola com o nome atrás, eu comprava-a. Se fosse jogador do Benfica fazia-me sócio já hoje.
Spielberg conseguiu meter-me medo. Durante duas horas andei de pestana aberta quase sem respirar e de coração acelerado. Apesar de ser um gajo a dar para o assustadiço, só alguns filmes me meterem vivo horror. Tirando os tradicionais que recorrem a técnicas de caracterização como o Exorcista e o recente Ju-on, acagacei-me vertiginosamente com os últimos 10 minutos do Blair Witch Project. Tirando estes exemplos, pautei-me sempre pela serenidade. Agora este Guerra dos Mundos é uma emoção constante que só Deus sabe.
Quando a projecção terminou, ainda a tremer, tive que mandar a namorada à frente para ver se estava tudo em ordem:
“Tá tudo bem, podes sair. É preciso essa fita toda? Mas obrigado me por mandares à frente, sei que contigo, em caso de guerra, posso sempre contar para me defenderes dos perigos.”
São mulheres, coitadas, não percebem as emoções da 7ªarte.
Agora, aviso já que o filme, ao contrário do que se possa pensar, não é exibido em ecrã total. O formato é minúsculo, tenho quase a certeza que a televisão da minha casa é maior que a área de projecção. Ainda assim, estranhando o facto, fui falar ao início com um dos empregados:
“Olhe que a projecção do filme está num tamanho minúsculo.”
“É mesmo assim. Ainda se diz você crítico de cinema...Realmente não percebe nada de nada. Não vê que é para sobressair a intensidade dramática....”
Mais descansado, voltei a sentar-me, mas sem antes ouvir o empregado cuspir entre dentes:
“Pató...”


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3 Comments:

Blogger Pedro said...

Spielberg é o maior... q filme ele fez q não seja bom? Sim eu vi o Império do Sol e vi no cinema...
Spielberg está para o cinema como eu estou para os blogs:É um Génio!

11:27 da manhã  
Blogger Hugo Carvalho said...

Nisso tens razão, és o maior génio de todos os tempos no que toca a blogs. Eu próprio, antes de consultar o meu Desodem, vou sempre ao www.peranabarba.blogspot.com que, além de ter sempre comentários pertinentes ainda oferece prémios aos mais destemidos.
Quanto aos maus filmes do Spielberg posso sempre apontar o dedo aos tradicionais ET, IA, Relatório Minoritário, Amistad, Always e o que ele está a fazer sobre os acontecimentos dos jogos olimpicos de 1972. Antes do homem filmar já me cheira a esturro. Também não achei muita piada à lista de Schindler.

9:35 da manhã  
Blogger Pedro said...

CALUNIA!!! HEREGE!! A fogueira para ti é pouco, hás-de sofrer punição eterna tal foi tua prevaricação...
Como ousas confundir-me com esse amador no q a Blogs diz respeito chamado Zorg. Sim ele foi bafejado pela inspiração patriacal no q ao nome diz respeito..mas apenas e só isso. Eu sou o Pedro ele é o mero Zorg...não cometas o mesmo erro duas vezes...

11:47 da manhã  

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