Importa-se de subir as calças
Para todos aqueles que confiavam no vosso editor e esperavam dele o melhor nesta última fase de exames, fiquem pois descansados que me portei à altura de tão altas expectativas.
Sempre eloquente e sabedor, com a concentração ao nível de qualquer campeão de xadrez dei, pois, o máximo que se exigia. A minha satisfação em alguns momentos foi tanta que consegui perfeitamente ouvir, na minha cabeça, aplausos cada vez que finalizava uma frase de efeito e começava um novo parágrafo. O alarido foi tanto que passei a noite a aspirinas. Cheguei a falar disso ao meu psicólogo, mas a resposta foi artificial: “É uma reacção perfeitamente natural. Normalmente, os parvos têm dessas coisas.”
Mas nem tudo foram rosas. Temo mesmo ter tramado a minha média com uma situação que, infelizmente, se vem tornando norma nas escolas portuguesas e para a qual ninguém parece interessado em resolver. Já tem feito mesmo correr alguns comentários entre os alunos, principalmente dos mais velhos que estão menos preparados para as mudanças súbitas de costumes e decoro.
Preparava-me eu para realizar aquela que era tida, por entre os especialistas, como a mais complicada e extenuante avaliação do ano, ainda para mais a ter lugar ás 8 da manhã quando, inocentemente, me deparo perante um cenário de sonho e destruição, que embora possa parecer, à primeira vista, um enorme paradoxo foi, na realidade, a mais pura das evidências.
Estava eu em plena labuta, dez minutos após o início do exame, quando uma colega, de bom porte, se fez sentar exactamente na cadeira em frente da minha. Fosse eu um cabulador de créditos firmados, viria isso como um sinal divino mas, ao invés, sendo eu aluno aplicado, pouca relevância teve.
“Até 1668, ano em que terminou a guerra da restauração, as dificuldades das pequenas cristandades africanas foram agravadas pela situação difícil que se vivia no reino…”
Foi aí que tudo descambou para a mais pura e ímpia das loucuras. Olhei eu para o vazio, procurando a inspiração que necessitava para a continuidade da frase, quando os meus olhos chocaram, sem piedade, com duas nádegas da rapariga que em má hora se sentou à minha frente e que já se debruçava, com devoção, no exercício proposto “Explique, de forma desenvolvida, a cristianização portuguesa em África.”.
A ganga descaída e um leve fio de tecido a que chamam fio dental trataram de me levar a concentração para outros pensares que em nada tinham a ver com a cristianização africana iniciada pelos nossos homens do clero. Esbugalharam-se os olhos que a terra me há-de levar ou queimar, dependendo da opção dos que cá ficam, e luxuriosamente se prostraram em tal imagem. Eu bem que quis continuar a desenvolver a resposta, ciente das minhas obrigações académicas, mas tal não foi possível, a única coisa que conseguia fazer era olhar para os atributos bem realçados do traseiro da frente. Esforcei-me em dar outro ânimo ao meu ardor intelectual, mas qual quê, a única coisa que lhe interessava verdadeiramente eram as cambalhotas que teimava em dar, mesmo sabendo que estava no corpo dum homem comprometido e sério.
“Tal como nos rios da Guiné, no futuro território de Moçambique a acção dos missionários foi determinante…cambalhotas e mais cambalhotas…”
“As missões em África circunscreviam-se em 1700 quase só sob os domínios lusos. A coroa portuguesa não tinha recursos humanos e financeiros para suportar…cambalhotas a toda a superfície do imaginário…posições de Yoga...”
Fechei os olhos e era como se os tivesse abertos, tudo o que conseguia ver eram as nádegas travessas da aluna.
“Foi em África que se iniciou e que findou a expansão; daí que a história das missões neste continente seja mais longa do que a referente a outras regiões…mortais, espargatas e piruetas…”
Passado um longo sonho em tons afrodisíacos, o meu espírito foi acordado pela voz do professor:
“Quê?!?! Duas horas e ainda só escreveu isso?! Tenha paciência! Daqui a dez minutos acabo o teste.”
Sempre eloquente e sabedor, com a concentração ao nível de qualquer campeão de xadrez dei, pois, o máximo que se exigia. A minha satisfação em alguns momentos foi tanta que consegui perfeitamente ouvir, na minha cabeça, aplausos cada vez que finalizava uma frase de efeito e começava um novo parágrafo. O alarido foi tanto que passei a noite a aspirinas. Cheguei a falar disso ao meu psicólogo, mas a resposta foi artificial: “É uma reacção perfeitamente natural. Normalmente, os parvos têm dessas coisas.”
Mas nem tudo foram rosas. Temo mesmo ter tramado a minha média com uma situação que, infelizmente, se vem tornando norma nas escolas portuguesas e para a qual ninguém parece interessado em resolver. Já tem feito mesmo correr alguns comentários entre os alunos, principalmente dos mais velhos que estão menos preparados para as mudanças súbitas de costumes e decoro.
Preparava-me eu para realizar aquela que era tida, por entre os especialistas, como a mais complicada e extenuante avaliação do ano, ainda para mais a ter lugar ás 8 da manhã quando, inocentemente, me deparo perante um cenário de sonho e destruição, que embora possa parecer, à primeira vista, um enorme paradoxo foi, na realidade, a mais pura das evidências.
Estava eu em plena labuta, dez minutos após o início do exame, quando uma colega, de bom porte, se fez sentar exactamente na cadeira em frente da minha. Fosse eu um cabulador de créditos firmados, viria isso como um sinal divino mas, ao invés, sendo eu aluno aplicado, pouca relevância teve.
“Até 1668, ano em que terminou a guerra da restauração, as dificuldades das pequenas cristandades africanas foram agravadas pela situação difícil que se vivia no reino…”
Foi aí que tudo descambou para a mais pura e ímpia das loucuras. Olhei eu para o vazio, procurando a inspiração que necessitava para a continuidade da frase, quando os meus olhos chocaram, sem piedade, com duas nádegas da rapariga que em má hora se sentou à minha frente e que já se debruçava, com devoção, no exercício proposto “Explique, de forma desenvolvida, a cristianização portuguesa em África.”.
A ganga descaída e um leve fio de tecido a que chamam fio dental trataram de me levar a concentração para outros pensares que em nada tinham a ver com a cristianização africana iniciada pelos nossos homens do clero. Esbugalharam-se os olhos que a terra me há-de levar ou queimar, dependendo da opção dos que cá ficam, e luxuriosamente se prostraram em tal imagem. Eu bem que quis continuar a desenvolver a resposta, ciente das minhas obrigações académicas, mas tal não foi possível, a única coisa que conseguia fazer era olhar para os atributos bem realçados do traseiro da frente. Esforcei-me em dar outro ânimo ao meu ardor intelectual, mas qual quê, a única coisa que lhe interessava verdadeiramente eram as cambalhotas que teimava em dar, mesmo sabendo que estava no corpo dum homem comprometido e sério.
“Tal como nos rios da Guiné, no futuro território de Moçambique a acção dos missionários foi determinante…cambalhotas e mais cambalhotas…”
“As missões em África circunscreviam-se em 1700 quase só sob os domínios lusos. A coroa portuguesa não tinha recursos humanos e financeiros para suportar…cambalhotas a toda a superfície do imaginário…posições de Yoga...”
Fechei os olhos e era como se os tivesse abertos, tudo o que conseguia ver eram as nádegas travessas da aluna.
“Foi em África que se iniciou e que findou a expansão; daí que a história das missões neste continente seja mais longa do que a referente a outras regiões…mortais, espargatas e piruetas…”
Passado um longo sonho em tons afrodisíacos, o meu espírito foi acordado pela voz do professor:
“Quê?!?! Duas horas e ainda só escreveu isso?! Tenha paciência! Daqui a dez minutos acabo o teste.”
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